sábado, 18 de julho de 2009

O outro lado de Jônatas: menino-família e desapegado à fama

Psicólogo do Flamengo revela detalhes da personalidade do volante do Botafogo


Dezoito meses e nenhuma entrevista coletiva. Jônatas entrou mudo e saiu calado do Flamengo. Desprezado por quem o criou, foi procurar abrigo no Botafogo. Logo na chegada uma apresentação diferente dos padrões. Silêncio, fisionomia tensa e desconfortável. As críticas se multiplicaram: marrento, displicente... o volante ouviu e leu de tudo. Neste domingo, a estreia será justamente contra o clube que sempre disse amar. Mas o que esperar da "esfinge" em forma de atleta?



Quem o conhece garante que ele pouco se incomoda com os comentários que o cercam. O psicólogo Paulo Ribeiro, do Rubro-Negro, acompanha a trajetória do jogador desde 2003. Ao longo dos anos, observou um comportamento atípico da maioria dos jogadores. Jônatas não se importa e tampouco deseja os holofotes. Vive o mundo do futebol como se estivesse diante de uma profissão de anônimos. Prefere assim.



Confira a entrevista de Paulo Ribeiro e entenda um pouco do mundo à parte do estreante de domingo:



GLOBOESPORTE.COM: Para quem não o conhece, o Jônatas passa uma imagem de antipático. Você concorda com essa visão?
Paulo Ribeiro: Concordo que ele passa essa imagem, mas está longe de ser verdadeira. Ele não é antipático. Quando o Jônatas saiu dos juniores e veio para os profissionais a primeira coisa que me pediu foi para jamais colocá-lo para falar nas reuniões com o grupo. Isso mostra o quanto ele é uma pessoa fechada.



E de que forma ele externa essa timidez?
Eu notei que ele andava olhando para baixo, com o ombro caído. Conversei e mostrei que aquilo passava uma imagem negativa. Aos poucos ele foi subindo a postura, mas o Jônatas é um cara tímido ao extremo.



Houve um momento em que você o sentiu solto, sem tanta inibição?
Aos poucos ele mostrou em alguns gestos que era capaz de superar a timidez. Esse processo culminou com o titulo da Copa do Brasil de 2006 em que o Jônatas foi capitão e logo depois convocado para a seleção brasileira. E em uma reunião, ele talvez tenha esquecido de me pedir para não falar. Fiz uso dessa brecha e lhe dei a palavra. O resultado foi muito bom.



Por diversas vezes outros jogadores falaram positivamente sobre o comportamento dele dentro do grupo...
Olha, no elenco ele sempre foi muito querido, está longe de ser marrento. Mas precisa melhorar alguns pontos de sua postura com as pessoas e sabe disso. O Jônatas necessita que o acompanhem de perto, e não se opõe a isso.



Pode-se dizer que ele é um jogador fora dos padrões normais, por não ter interesse ou usufruir da fama?
Vou resumir o que o Jônatas pensa em relação à fama: se os pais dele precisassem, ele não hesitaria em abandonar o futebol e todo o dinheiro que o cerca para ficar ao lado da família.



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